sábado, 6 de abril de 2019

Metodologia tradicional e metodologia ativa


As metodologias devem condizer com os objetivos que se pretende atingir. Nas aulas tradicionais o professor é o detentor do saber, portador da verdade, e o aluno deve de maneira passiva receber os conteúdos, por meio de uma explicação ligada a uma determinada pesquisa e com propósito teórico. Consequentemente, no modelo tradicional, o aluno não tem uma participação ativa no processo de aprendizagem, ele é desvalorizado e não recebe a responsabilidade e autonomia de atuar em sua própria educação. Nesse modelo, o ensinar do professor se torna mecânico e de pouca eficiência devido aos diferentes contextos de uma sala de aula que são ignorados. Tal modelo está a muito ultrapassado, mas insistimos em conservá-lo mesmo que ele centralize sob os professores a responsabilidade no processo de aprendizagem, gerando crianças, jovens e adultos insatisfeitos, professores estressados e doentes por estarem sendo inflexíveis em seus métodos. 

Na metodologia tradicional, as avaliações são utilizadas para classificar e excluir, principalmente no formato de prova final. O aluno estuda para fazer a avaliação (prova), pois ela é o fim que determina se o aluno “aprendeu”, ou não, determinado conteúdo, ignorando competências cognitivas, pessoais e sociais. Logo, a avaliação não faz parte do processo de aprendizagem do aluno, apenas o pontua. Consequentemente, o aluno que não recebe uma boa pontuação é excluído na maioria das vezes, isso reforça a desigualdade social quando se trata de alunos com dificuldade e de origem humilde que não se adequam a esse método e não têm condições de recorrer a outro sistema educacional que não seja a escola pública.
Se o objetivo de educar é formar alunos proativos, empreendedores e de personalidade capazes de se desenvolver em aspectos culturais, profissionais e pessoais, então é necessário um método que os envolvam em atividades que prestigiem a criatividade. As metodologias ativas partem do princípio que o aluno deve ser protagonista da construção do seu conhecimento. Tal conhecimento deve ser apropriado ao indivíduo em suas condições particulares, o reconhecendo como um ser pensante que tem que se relacionar com os outros e com o mundo. Logo, em uma metodologia ativa, o papel do professor é o de mediador que seleciona o conteúdo mais importante para aquele aluno, mas que não está muito preocupado em atender uma extensa demanda de conteúdos possíveis a serem administrados e em dar tudo pronto para o aluno. Dessa forma, as metodologias ativas obrigam o aluno a praticar durante a aula o que é ensinado na aula, isso somente ocorre porque o aluno é considerado como o principal protagonista no processo de aprendizagem.
A tecnologia facilita bastante a utilização de métodos ativos que exigem colaboração e criatividade para trabalhar os conteúdos. Contudo, mesmo que não aja recursos tecnológicos incrementados, é possível utilizar recursos modernos simples, como o uso do smartfone ou ambientes virtuais que o aluno tenha acesso. Tais recursos ampliam o ambiente da sala de aula, proporcionam uma extensão que vai além dos ambientes físicos da escola e do próprio tempo que se passa nela. Também se torna importante a utilização de recursos tecnológicos para ajudar a inserção do aluno no mundo moderno, onde é necessário o domínio prático da tecnologia.
Contrariamente à avaliação tradicional, adotar uma metodologia ativa exige que a avaliação seja contínua, informando como se deve ser o plano de aula, de acordo com a necessidade de aprendizagem do aluno, e orientando o proceder do docente em sala de aula, por ajudar na decisão das melhores estratégias para o processo de ensino-aprendizagem. Esse tipo de avaliação faz parte do processo de aprendizagem do aluno. Logo, o planejamento é flexível, pois, antes de tudo, considera o aluno como protagonista.    

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