As
metodologias devem condizer com os objetivos que se pretende atingir. Nas aulas
tradicionais o professor é o detentor do saber, portador da verdade, e o aluno
deve de maneira passiva receber os conteúdos, por meio de uma explicação ligada
a uma determinada pesquisa e com propósito teórico. Consequentemente,
no modelo tradicional, o aluno não tem uma participação ativa no processo de
aprendizagem, ele é desvalorizado e não
recebe a responsabilidade e autonomia de atuar em sua própria educação. Nesse modelo, o ensinar do professor se torna mecânico e de
pouca eficiência devido aos diferentes contextos de uma sala de aula que são
ignorados. Tal modelo está a muito ultrapassado, mas insistimos em conservá-lo
mesmo que ele centralize sob os professores a responsabilidade no processo de
aprendizagem, gerando crianças, jovens e
adultos insatisfeitos, professores estressados e doentes por estarem sendo
inflexíveis em seus métodos.
Na metodologia tradicional, as avaliações são utilizadas para classificar e excluir, principalmente no formato de prova final. O aluno estuda para fazer a avaliação (prova), pois ela é o fim que determina se o aluno “aprendeu”, ou não, determinado conteúdo, ignorando competências cognitivas, pessoais e sociais. Logo, a avaliação não faz parte do processo de aprendizagem do aluno, apenas o pontua. Consequentemente, o aluno que não recebe uma boa pontuação é excluído na maioria das vezes, isso reforça a desigualdade social quando se trata de alunos com dificuldade e de origem humilde que não se adequam a esse método e não têm condições de recorrer a outro sistema educacional que não seja a escola pública.
Se o objetivo de educar é formar alunos proativos,
empreendedores e de personalidade capazes de se desenvolver em aspectos
culturais, profissionais e pessoais, então é necessário um método que os
envolvam em atividades que prestigiem a criatividade. As metodologias ativas
partem do princípio que o aluno deve ser protagonista da construção do seu
conhecimento. Tal conhecimento deve ser apropriado ao indivíduo em suas
condições particulares, o reconhecendo como um ser pensante que tem que se
relacionar com os outros e com o mundo. Logo, em uma metodologia ativa, o papel
do professor é o de mediador que seleciona o conteúdo mais importante para
aquele aluno, mas que não está muito preocupado em atender uma extensa demanda
de conteúdos possíveis a serem administrados e em dar tudo pronto para o aluno.
Dessa forma, as metodologias ativas obrigam o aluno a praticar durante a aula o
que é ensinado na aula, isso somente ocorre porque o aluno é considerado como o
principal protagonista no processo de aprendizagem.
A tecnologia facilita bastante a utilização de
métodos ativos que exigem colaboração e criatividade para trabalhar os
conteúdos. Contudo, mesmo que não aja recursos tecnológicos incrementados, é
possível utilizar recursos modernos simples, como o uso do smartfone ou ambientes
virtuais que o aluno tenha acesso. Tais recursos ampliam o ambiente da sala de
aula, proporcionam uma extensão que vai além dos ambientes físicos da escola e
do próprio tempo que se passa nela. Também se torna importante a utilização de
recursos tecnológicos para ajudar a inserção do aluno no mundo moderno, onde é
necessário o domínio prático da tecnologia.
Contrariamente à avaliação tradicional, adotar uma metodologia ativa
exige que a avaliação seja contínua, informando como se deve ser o plano de
aula, de acordo com a necessidade de aprendizagem do aluno, e orientando o
proceder do docente em sala de aula, por ajudar na decisão das melhores
estratégias para o processo de ensino-aprendizagem. Esse tipo de avaliação faz
parte do processo de aprendizagem do aluno. Logo, o planejamento é flexível,
pois, antes de tudo, considera o aluno como protagonista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário