Mesmo que o professor tenha o domínio do
conteúdo, não existe garantias que ocorra o processo de ensino-aprendizagem. O
profissional docente parece ter que adotar uma perspectiva que vai além do
domínio do conteúdo para formar uma identidade que facilite o
ensino-aprendizagem. Tal identidade docente releva não só o conteúdo, mas
também o aluno como ser pensante para que a partir do próprio aluno se monte
estratégias que facilitem a transposição didática. Os saberes a serem dominados
perpassam os campos relativos à experiência, ao
conhecimento e à pedagogia. O primeiro saber se refere a experiência do
professor, que é construída no vivenciar da sala de aula, onde o professor se
torna aluno, porque se aprende na prática a se relacionar com o aluno e a identificar
as necessidades que orientam o encaminhamento e direção da aula para uma
determinada turma. Em segundo lugar, encontra-se o saber do conhecimento dos
conteúdos, que são expostos em temas, ações profissionais e outros que definem
a especialidade da área à qual o professor atuará. Por fim, o terceiro saber é
o pedagógico, que se refere aos conhecimentos científicos que orientam a ação
de ensinar para torná-la mais eficiente. Todos esses três saberes devem orientar
a prática educativa ajudando na construção dos objetivos, conteúdos, métodos e
formas de organizar o ensino, sem perder seu caráter flexível e circunstancial,
pois cada encontro com o aluno é único e irrepetível. Logo, a reflexão
constante sobre a atuação docente se torna fundamental para o processo de
ensino-aprendizagem. Portanto, a transposição didática é mais provável de
ocorrer em uma prática educativa atenta ao conjunto necessário de uma aula, sendo
a experiência prática do profissional relevante para o desenvolvimento desse
estado de atenção, que define a identidade docente capaz de estabelecer um
diálogo entre os componentes desse conjunto – tal conjunto é constituído de
conteúdos, métodos de ensino e alunos.
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